quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um dia atras do outro...

Vcs sabem ??? aquele dia, que parece que vai dar tudo certo??? um dia ensolarado, vc consegue fazer tudo que tem que fazer...
Nada e empencilho, tudo se encaixa ???
E de repente depois de um telefonema, tudo desgringola de vez...
e briga atras de briga, mau entendido atras de mau entendido...
mais mesmo assim vc nao perde a fe, que o dia vai acabar bem ???
vc chora, se desespera, mas mesmo assim acredita, e tem fe que o dia vai acabar bem ???
Esta fe te leva a meditar sobre tudo que aconteceu no dia, te leva a escutar uma musica que vc recebeu no inicio da madrugada... o titulo " Don' t Stop Belivien', (Nao Pare de Acreditar) parece que foi os deuses que mandaram atraves de anjos...
Pois e, nao deixem de acreditar ja mais...
Pois um dia vem atras de outro dia...
Um ano novo se inicia, Natal ta ai... Paz, Amor, Saude, Prosperiedade, Vibe positiva para todos...
que 2010 seja otimo, maravilhoso... para todos nos...   nunca desista de seus sonhos, por mais impossiveis que eles parecam, eles sao sonhos, e sonhos podem ser realizados..
pois tudo que vc mentaliza, ja foi criado numa esfera superior, falta apenas se materializar na nossa esfera...

Bjs a todos...

Paz, Amor e Fraternidade a todos, pois muitos erram, mais poucos sao os que sabem admitir o erro...



quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tênis x Frescobol (Rubem Alves)

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ‘Eu te amo, eu te amo...’ Barthes advertia: ‘Passada a primeira confissão, ‘eu te amo\' não quer dizer mais nada.’ É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: ‘Erótica é a alma.’

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos Primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis:

‘Cena: o marido, a mulher, a galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo. Desta forma marca constantemente a sua superioridade. O outro domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: ‘Não se faça mais estúpido do que é, meu amigo\'. A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: ‘Tens razão, minha querida\'. A situação está salva e o ódio vai aumentando.’

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Declaro-me vivo!

Declaro-me vivo!

Saboreio cada momento.
Antigamente me preocupava quando os outros falavam mal de mim. Então fazia o que os outros queriam, e a minha consciência me censurava. Entretanto, apesar do meu esforço para ser bem educado, alguém sempre me difamava. Como agradeço a essas pessoas, que me ensinaram que a vida é apenas um cenário! Desse momento em diante, atrevo-me a ser como sou.
A árvore anciã me ensinou que somos todos iguais.
Sou guerreiro: a minha espada é o amor, o meu escudo é o humor, o meu espaço é a coerência, o meu texto é a liberdade.
Perdoem-me, se a minha felicidade é insuportável, mas não escolhi o bom senso comum. Prefiro a imaginação dos índios, que tem embutida a inocência.
É possível que tenhamos que ser apenas humanos. Sem Amor nada tem sentido, sem Amor estamos perdidos, sem Amor corremos de novo o risco de estarmos caminhando de costas para a luz. Por esta razão é muito importante que apenas o Amor inspire as nossas ações.
Anseio que descubras a mensagem por detrás das palavras; não sou um sábio, sou apenas um ser apaixonado pela vida.
A melhor forma de despertar é deixando de questionar se nossas ações incomodam aqueles que dormem ao nosso lado.
A chegada não importa, o caminho e a meta são a mesma coisa.
Não precisamos correr para algum lugar, apenas dar cada passo com plena consciência.
Quando somos maiores que aquilo que fazemos, nada pode nos desequilibrar.

Porém, quando permitimos que as coisas sejam maiores do que nós, o nosso desequilíbrio está garantido.
É possível que sejamos apenas água fluindo; o caminho terá que ser feito por nós. Porém, não permitas que o leito escravize o rio, ou então, em vez de um caminho, terás um cárcere.
Amo a minha loucura que me vacina contra a estupidez.
Amo o amor que me imuniza contra a infelicidade que prolifera, infectando almas e atrofiando corações.
As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade, que a sensação de felicidade lhes parece estranha. As pessoas estão tão reprimidas, que a ternura espontânea as incomoda, e o amor lhes inspira desconfiança.
A vida é um cântico à beleza, uma chamada à transparência.
Peço-lhes perdão, mas… DECLARO-ME VIVO!!!

Chamalú ( Índio Quéchua )

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sonhador da Montanha Oriah- ☼ancião índio americano☼



Não me interessa o que você faz para ganhar a vida.

Quero saber o que você deseja ardentemente, se ousa sonhar em atender aquilo pelo qual seu coração anseia.

Não me interessa saber a sua idade.

Quero saber se você se arriscará a parecer um tolo por amor, por sonhos, pela aventura de estar vivo.

Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com a sua lua.

Quero saber se tocou o âmago de sua dor, se as traições da vida o abriram ou se você se tornou murcho e fechado por medo de mais dor!

Quero saber se pode suportar a dor, minha ou sua, sem procurar escondê-la, reprimi-la ou narcotizá-la.

Quero saber se você pode aceitar alegria, minha ou sua; se pode dançar com abandono e deixar que o êxtase o domine até a ponta dos dedos das mãos ou dos pés, sem nos dizer para termos cautela, sermos realistas, ou nos lembrarmos das limitações de sermos humanos.

Não me interessa se a história que me conta é a verdade.

Quero saber se consegue desapontar outra pessoa para ser autêntico consigo mesmo, se pode suportar a acusação de traição e não trair a sua alma.

Quero saber se você pode ver beleza mesmo que ela não seja tão bonita todos os dias, e se pode buscar a origem de sua vida na presença de Deus.

Quero saber se você pode viver com o fracasso, seu e meu, e ainda, à margem de um lago, gritar para a lua prateada: ‘Posso!’

Não me interessa onde você mora ou quanto dinheiro tem.

Quero saber se pode levantar-se após uma noite de sofrimento e desespero, cansado, ferido até os ossos, e fazer o que tem de ser feito pelos filhos.

Não me interessa saber quem você é e como veio parar até aqui.

Quero saber se você ficará comigo no centro do incêndio e não se acovardará.

Não me interessa saber onde, o quê, ou com quem você estudou.

Quero saber o que o sustenta a partir de dentro, quando tudo o mais desmorona.

Quero saber se consegue ficar sozinho consigo mesmo e se, realmente, gosta da companhia que tem nos momentos vazios.

Fonte: Orkut de Aine Leannan

Falsa Intimidade (Martha Medeiros)

Fala-se sobre as frageis relacoes amorosas de hoje, tao afetadas pela urgencia de satisfazer desejos imediatos, pelas inumeras possibilidades de contato instantaneo e pela pouca durabilidade dos sentimentos. Me pergunto: onde esta o furo dessa historia ? O que perdemos no meio do caminho ? talvez nem tenhamos perdido, talvez simplesmente nunca tenhamos encontrado aquilo que so a poucos casais foi dado viver e que os mantem unidos a despeito de toda a artilharia.
A marioria, hoje, vive suas relacoes afetivas e sexuais de forma periferica. Contenta-se com cama, orgasmos e satisfacao dos instintos. Isso somado a um cineminha, uma escapada no feriadao e um almoco em familia configura uma privacidade compartilhada, e e o que basta para confirmar que a relacao existe, seja ela chamada de rolo, namoro ou mesmo casamento.
Ainda me pergunto: onde esta o furo da historia ? Por que essa privacidade compartilhada nao se sustenta por muito tempo, nao satisfaz 100% e gera tantas frustacoes?
Com a possibilidade de acesso virtual a uma variedade de candidatos a grande amor e de seus cadastros (idade, profissao, time, fetiches), entrar na privacidade dos outros ficou muito facil. Porem, em proporcao inversa, que nem mesmo algumas relacoes duradourasconseguem atingir.
Intimidade nao se externa, nao se divulga, nao se oferece na internet. E nosso bem mais secreto, e onde guardamos a chave do nosso misterio, das nossas dores, das nossas duvidas, da nossa emocao genuina. Nao se compartilha isso com outra pessoa se ela nao tiver sensibilidade suficiente para nos ouvir e entender, para nos aceitar e nos acrescentar, para nos respeitar e ofertar em troca sua propria intimidade, selando a partir dai um tipo de pacto que beira o sublime.
Essa intimidade requer confianca plena, compatibilidade na maneira de enxergar o mundo e nenhum instinto malefico em relacao ao outro. Intimidade e quando duas pessoas, mesmo distantes em espaco, estao profundamente unidas porque se reconhecem cumplices, noa competem pela razao. Claro que a intimidade nao consegue evitar ciumes e conflitos de ideias, e tampouco se pretende que ele acabe com a solidao de cada um, que e sagrada, mas ela assegurara a longevidade de uma uniao que sera estabelecida pela generosidade do olhar: se estara mais preocupado em enxergar a alma do outro do que em fiscalizar para onde ele esta olhando.
Amigos conseguem essa magia mais do que muitas duplas romanticas, que frequentemente se enganam a respeito da falsa intimidade que o sexo faz supor. Invadir a privacidade alheia e moleza, basta um torpedo, um telefonema, um encontro. Mas ter acesso ao mundo interno que o outro habita e sentir-se a vontadenesse mundo e que torna tudo mais rao, mais magico e mais eterno.

Fonte: Revista O Globo 29/11/2009